As doenças tumorais quando diagnosticadas no início, apresentam alterações quase imperceptíveis no corpo. Se existir um exame antigo para comparação, ele poderá revelar se a discreta variação faz parte da anatomia do indivíduo ou se surgiu com o decorrer do tempo, podendo caracterizar um tumor em fase inicial. "O exame anterior poderia ser chamado de 'identidade anatômica' do paciente. Ou seja, o seu padrão de imagem normal", explica o médico radiologista Eduardo Delgado, chefe do setor de Raio-X do Hospital Balbino.
De acordo com o especialista, uma radiografia antiga também pode ajudar a esclarecer se a doença já foi curada ou não. As marcas e cicatrizes causadas por uma tuberculose pulmonar, por exemplo, ficam para o resto da vida, e aparecem nitidamente em um raio-x de tórax, mesmo se a pessoa não estiver mais doente. "Já houve casos em que estas pessoas não conseguiram provar que eram sadias e perderam chances de emprego porque não possuíam exames anteriores para comprovar que tinham apenas cicatrizes antigas", alerta.
O hábito de guardar radiografias não exige muitos cuidados. Elas podem ser colocadas em sacos plásticos ou envelopes de papel, em temperatura ambiente e sem exposição solar. "Infelizmente, a medicina preventiva não está presente na cultura do povo brasileiro. Em outros países, o percentual de abandono desses exames é bem menor", lamenta o médico. Hoje, 30% dos pacientes não retiram seus exames dos hospitais.
Fonte: Site HospitalBalbino.com.br 11/03/2015